Feliz vida de Inês!

Finalmente, chegou. Hoje é a tua vez. Vou esquecer as formalidades. Para quem não sabe , este texto é para a pessoa mais improvavelmente importante no percurso da minha vida. Enquanto o meu mundo desabou 1000 vezes por dia, 365 dias por ano, foi a única que pessoa a quem consegui ir dando o meu coração e alma por completo.
Para ser sincera? Não a conheço de lado nenhum,  nem ela a mim. Fomos postas frente a frente com missões diferentes na vida uma da outra. Na minha ela teve e tem a missão de ir comigo ao fundo e passar comigo por todos os mais ínfimos percursos até chegar ao topo. Na vida dela a minha missão acho que primeiro foi bastante discreta, comecei por lhe arrancar o profissionalismo, e por lhe dar conhecimento direto de uma doença.
Foi sem querer eu juro, foi como aquelas palavras sem filtro que me saem constantemente da boca.
Foi uma missão, e se eu não encontrava sentido para tudo o que me estava acontecer, encontrei no dia em que me sentei frente a frente com ela.
Não é minha mãe,  não é minha irmã, nem minha amiga, muito menos tem idade para ser minha avó.
Como eu lhe diria, é uma et na minha vida.
Obrigada Inês,  obrigada por me teres levado às portas daquele hospital indiretamente, obrigada pelas horas a fio que perdeste comigo, com a minha família. Obrigada por acreditares em mim, por me imaginares em cima de um palco tanto quanto eu me imagino, por entenderes as minhas palavras tão bem quanto eu, quero que sejas a primeira a ler isto. Não quero que sintas que é uma invasão mas sim um corte, o início.
Obrigada por me teres mostrado o quão bom é o amor próprio tenha eu 40 ou 60kg! Obrigada por me fazeres sentir bem com aquilo que já não consigo apagar. Obrigada.
Acho que conseguiste mais que ninguém ver todos os meus lados, desde o melhor ao pior, do mais amável (já lá vai, desculpa mami), ao mais cruel e escondido em mim.
Para além de ti só a mim mãe é que me dizia tantas vezes que sou uma menina especial, e diferente.
Inês,  adoro o teu nome!
Obrigada Inês,  pelas amizades que me ajudaste a largar, pelas que me ensinaste a agarrar, pelos amores e desamores que me ajudaste a contornar, pelas perdas. Oh sim, não me vou esquecer,  aliás acho que ainda não me consigo lembrar para não doer.
Por me teres ajudado nos momentos em que deixei TUDO o que sonhei para trás. Doi, doi muito. Obrigada por me ajudares a tomar decisões por mim, foi muito importante aprender a passar pelas dores e pela vida sozinha, se doeu? Aí... tanto! Mas acho que hoje é preciso mais que um simples empurrão para me detonar.
Querida Inês,  tenho a certeza que depois de tudo isto, a vida só te reserva o paraíso! Vou me certificar de tal.

Obrigada Inês,

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