Do coração

A vida deu-me a irmã que eu não tinha, a irmã que não nasceu da minha mãe, que não é do meu sangue, mas a irmã que cresceu como se tivesse crescido dentro do meu lar durante os nove meses de gestação, ela cresceu comigo, dormiu comigo, brinquei inúmeras vezes com ela, abraçava-a e mimava-a esquecendo-me que um dia poderia não tê-la mais comigo...
Ela passava os aniversários comigo, as férias, todos os dias que um ano possa ter, de vez em quando ia para a casa dela, embora a casa dela fosse a mesma que a minha.
Quando eu não podia estar mais perdida ela viajou para um país bem distante do meu com a mãe, e deixei de passar as férias com ela, os dias de anos com ela, de mimá-la sempre que me apetecia, de chateá-la e vê-la fazer birras, de lhe chamar de mana do coração, deixei de mexer no cabelinho dela, deixei de ter a minha princesa por perto quando mais eu precisava de ter, quando mais um abraço dela me ia fazer sorrir, quando mais um beijinho dela me ia fazer feliz por instantes.

Aquela princesa prometeu nunca me esquecer, e ainda hoje passado mais de um ano de distância continua a dizer que me ama e que sente a minha falta, se ela soubesse o quanto eu desejo todos os dias que ela volte para aqui! Se ela soubesse o quanto dói só poder vê-la por uma câmara...
Espero que ela um dia, quando for mais crescida continue a lembrar-se de tudo, e que nunca se esqueça do quanto a adoro.

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