Onde queres ir?

Está frio lá fora, cá dentro está quente mas instala-se a insegurança que está no meu peito, a falta que me fazes... Onde estás? Eu erro ao saber que erro e não mudar, simplesmente deixo-me ir pelas incertezas do destino, acreditando que ele tem algo preparado para mim. Deixo-me estar ao som da música que me acalma mas ao mesmo tempo que agita o meu peito ao acelerar o meu coração.
Se ao menos eu tivesse vindo com uma etiqueta tal como o meu urso de peluche, que diz a que temperatura pode ser lavado, seco ou até mesmo exposto. Se tivesse vindo com o manual de instruções como os jogos de estratégia, assim saberia qual caminho escolher para poder chegar ao fim segura das escolhas que tinha feito.

Mas não vim... Nem eu nem ninguém que tenha vindo ao mundo como um ser vivo, viemos despidos... Tanto que as primeiras roupas não escolhidas por nós, nem as primeiras cores, nem os alimentos de que gostamos ou não, nada do que nós é dado nos primeiros anos de vida é escolhido por nós, e tudo aquilo que é escolhido no resto da nossa vida é consequência do início, das raízes.
Tal como no início da nossa vida, ao longo dela não escolhemos com quem nos iremos cruzar ao virar da esquina, nem com quem iremos partilhar os melhores ou piores momentos, mas a partir do momento em que o destino ou seja lá o que for nos der a sorte ou o azar, só depende de nós escolher se queremos passar com ela o resto da nossa vida, ou se queremos simplesmente olhar para nós e perceber que não estamos suficientemente preparados para tal desafio.
Dói ter de tomar decisões que possam ter que deixar para trás pedaços de nós, ou pedaços da nossa vida mas pela primeira vez na vida temos a decisão de poder escolher o que é melhor, nem passa pelo que queremos ou pelo que sonhámos, mas sim pelo que é melhor, pela primeira vez perguntam-nos se queremos ir pela esquerda ou pela direita e nós podemos responder que queremos ir em frente.

Comentários