Fumar Mata

Já se sentiram a apagar como um cigarro por alguém que vos fuma todas as energias e coisas boas que possam ter? E isso durou tanto tempo quanto uma pessoa que fuma e fica viciada, porque está nervosa e pega num cigarro e mata-o até ao fim e de seguida pega noutro, porque cigarros há muitos.
Mas na verdade cada um de nós pulmões só tem dois, e para compensar o músculo mais forte do corpo do ser humano é o coração, o mais espezinhado, o mais fumado, o mais desprotegido.
Eu tenho a meta de deixar de fumar, porque fumar mata mesmo, a história de que amar mata é mentira, todos os seres suportam a dor que lhes é dada, dure o tempo que durar um dia acabamos por deixar esse vício, apercebemos nos do quão fácil se tornou respirar, do quão leve se tornou sorrir, e do quão difícil mas bom se tornou amar.
Se já leram algumas das coisas que escrevo, talvez identifiquem a cor desse cinzeiro com a minha vida em alguns momentos, cinzenta e sem saída, um labirinto, que usam, sujam, limpam e quando não serve vai fora.
Ora bem, isso só acontece aos objetos, todos nós temos a capacidade de nos trazer de volta ao que é bom e real, ao que nos puxa e agarra à vida.
Um cigarro já não pode fugir de nós se não formos nós a querer deixá lo para trás como nos deixaram um dia a nós.
E como não somos um substituível cigarro, estamos vivos, sorrimos para o que é bom ou mau, com a dor que for, porque um dia teremos alguém que não nos fume, mas que nos ajude a deixar de fumar.
A única coisa que me assusta mesmo, é ver a minha saúde apagar se como um cigarro por quem me fumou todos os maços.
Sabem aquela história do destino? Não sei se há, mas sim por vezes parece que encontramos o nosso destino e afinal era só o inicio, a preparação de um destino sem fim, sem dor. 
Só temos que fazer o que a vida manda, viver perante as circunstâncias que nos são dadas e o resto é paisagem.

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