Its not about me, its about us

Vivemos numa era de artistas, uns que fazem do corpo uma tela, saindo pelas ruas de Lisboa como se de Picasso se tratassem, outros que fazem das palavras melodia, como se ainda nos cruzássemos com o Michael Jackson ou com o Tupac pelas ruas mais desagradavelmente bonitas de Lisboa. Uns fazem das palavras calma como se ao invés de Camões tivesse caído no esquecimento dos jovens, esteja cada vez mais presente nos nossos dias. E aqueles que se vestem e fazem do corpo a sósia perfeita de Frida Kahlo?
Quantas almas ficam cheias ao se cruzarem com jovens sem 'futuro' que aparentemente carregam origens por elas nunca presenciadas?
Este são os artistas do futuro, escondidos pelos, artistas do presente, que nos cruzamos nas ruas mais belas de Lisboa, que escondem a pobreza de espírito e vida de muitos, que saem pelas ruas a mostrar um nível de vida inalcançável por todos, a música deles é a voz do povo, o eco das quatro paredes.
As telas deles estão coloridas com o fumo dos cigarros ou dos carros que não passam de luxos para muitos.
Vivemos na era da diferença, onde ninguém é igual a ninguém mas onde também ninguém se aceita. São precisos requerimentos para que o amor fora do comum seja aceite, para que a violência não seja vista como uma boa forma de afirmação, e para que a forma de expressar a nossa arte não seja vista como invasão ao ser humano dito de perfeito, enquanto que na mente de muitos o seu propósito é despido.
Não dispam mais corpos, dispam os vossos preconceitos, não sujem mais as ruas que ainda são vistas como algo histórico do nosso hoje, sujem antes as vossas palavras límpidas demais e dêem lhes um pouco de amor.
Falta nos a indiferença no meio da diferença, a aceitação no meio de toda a rejeição, se duas pessoas tão diferentes são capazes de ser amar, porque milhares de pessoas iguais não são capazes de ter apenas respeito por meia dúzia de pessoas diferentes?
Qualquer atitude ou palavra seria motivo de falatório há uma década, hoje basta acordarmos e sermos nós próprios para que as bocas se encham de nós.
Não existem pessoas perfeitas no meio da multidão, e a pena não faz nem nunca fará de ninguém mais rico, deveríamos de ter compaixão é por aqueles que ainda sentem pena.
O mundo gira e nós girámos com ele até há uns anos, até que a multidão decidiu unir-se e parar de caminhar para a evolução. Estagnámos na mentalidade e as mentes abertas finjem se de fechadas.
O amor revoluciona personalidades e sem ele morremos sem reconhecimento.
Não quero ser o Picasso, nem o Tupac, muito menos a Frida ou o Camões, quero ser eu, relembrada por mim todos os dias até que me canse de me revolucionar. Somos corpos, apenas um meio de transporte para almas limpas em corações sujos. Limpemos o coração e deixemos que o alma fique manchada por amor e diferença completamente igual. Somos iguais.
A arte expressa se de tantas e diversificadas maneiras, porque é que os seres se expressam todos de igual?
As nossas influências ainda estão todas demasiado vivas para andarmos todos demasiado mortos.

Comentários

  1. Texto espectacular! És linda por dentro e por fora ♡ Um grande beijinho :*

    https://healthyfoodandme.wordpress.com/

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